domingo, 20 de setembro de 2009

Imprensa Justa - Isaura Pötter


Hoje em dia, no Brasil e no mundo, obviamente existem muitos problemas dos mais variados tipos, como fome, violência, altos e baixos na economia, entre tantos outros.
Infelizmente nem tudo que acontece e preocupa é ressaltado e passado para a comunidade em geral de uma forma uniforme. Um problema muito afetado por isso é a questão da liberdade de imprensa, que muitas vezes nem é lembrado que existe. Se formos analisar o que vemos e ouvimos no decorrer do dia veremos o quanto os meios de comunicação estão de certa forma perdendo a sua ética de justiça.
Para termos um exemplo disto, basta ligarmos a televisão em uma edição de jornalismo que vemos o crime que o programa comete, eles tiram a sua matéria prima de pequenos delitos de pessoas de baixa renda, entrando em suas casas, assediando pessoas que estão assustadas e que não sabem lidar com tal situação e acabam dando testemunhos no desespero, as vezes de roubos que servem para satisfazer a necessidade pessoal e familiar, e talvez em muitos casos acabam sendo injustiçados.
Então, como garantir a liberdade de informação e evitar abusos nos meios de comunicação? O melhor seria que os responsáveis pela mídia tivessem mais respeito pela população, que ira formar um conceito errado em relação ao que realmenre aconteceu.
Mas como infelizmente nem todas as pessoas são de boa índole, resta à nós, confiarmos no serviço público que possui organizações que pretendem acompanhar o desempenho da mídia.

sábado, 12 de setembro de 2009

'TROQUE UM PARLAMENTAR POR 344 PROFESSORES'


Sou professor de história, de ensino médio de uma escola pública em uma cidade do interior do Rio Grande do Sul e gostaria de expor a você o meu salário bruto mensal: R$650,00. Eu fico com vergonha até de dizer, mas meu salário é R$650,00.
Isso mesmo!E olha que eu ganho mais que outros colegas de profissão que não possuem um curso superior como eu e recebem minguados R$ 440,00. Será que alguém acha que, com um salário assim, a rede de ensino poderá contar com professores competentes e dispostos a ensinar? Não querendo generalizar, pois ainda existem bons professores lecionando,atualmente a regra é essa:O professor faz de conta que dá aula, o aluno faz de conta que aprende, o Governo faz de conta que paga e a escola aprova o aluno mal preparado.
Incrível, mas é a pura verdade!Sinceramente, eu leciono porque sou um idealista e atualmente vejo a profissão como um trabalho social.Mas nessa semana, o soco que tomei na boca do estomago do meu idealismo foi duro!Descobri que um parlamentar brasileiro custa para o país R$10,2 milhões por ano.
São os parlamentares mais caros do mundo. Minuto trabalhado aqui custa ao contribuinte R$11.545.Na Itália, são gastos com parlamentares R$3,9 milhões;
na França, pouco mais de R$2,8 milhões;
na Espanha, cada parlamentar custa por ano R$850 mil e
na vizinha, Argentina, R$1,3 milhões.
Trocando em miúdos, um parlamentar custa ao país, por baixo, 688 professores com curso superior !
Diante dos fatos, gostaria muito, amigo, que você divulgasse minhacampanha, na qual o lema será:'TROQUE UM PARLAMENTAR POR 344 PROFESSORES'.

COMO VOCÊ VAI VOTAR DEPOIS DE LER ESTA MATÉRIA???

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Mesa com Lula - MOACYR SCLIAR, Zero Hora, 1°/9/09


Nunca antes na história deste país, houve um presidente que usasse com tanta frequência a expressão “nunca antes na história deste país”. Lula pode fazê-lo. De fato, sob muitos aspectos ele é diferente, a começar por sua constante e impressionante popularidade, uma fonte de irritação para os inimigos. Nada gruda nele, nenhuma crise, nenhuma acusação. Vilões são o Sarney, o Mercadante; Lula, não. Esta espécie de imunidade tem, contudo, uma explicação, a mesma, aliás, que gera as críticas provenientes da esquerda mais radical.
Lula não é um revolucionário. Talvez o tenha sido em sua juventude, mas, como ele mesmo diz, governar ensina lições, e a lição que aprendeu é exatamente esta: não dá para fazer uma revolução modelo soviético ou cubano no Brasil. Durante seu mandato, e durante o mandato dos que o precederam, o país evoluiu demais na direção de uma economia de mercado. Uma das consequências disso foi a emergência de uma crescente classe média abrangendo amplos setores do antigamente denominado proletariado. Resultado: aquela polarização entre uns poucos ricos e opressores patrões e uma massa de assalariados já não existe mais. Embolou o meio de campo. Embolou mesmo: a negociação política, social, cultural é cada vez mais complicada, tal a quantidade de atores se manifestando.
Lula é um soberbo negociador. E é um negociador por causa de seu passado sindicalista. O sindicato pode combater o capital, pode pressionar o capital para conceder mais aos trabalhadores, mas o sindicato não é contra o capitalismo. Não pode ser contra o capitalismo, porque, se não houvesse capitalismo, não haveria sindicato. A fórmula das sociedades atuais encontra-se na expressão americana: o grande capital, o grande governo, o grande sindicato. O governo aí é a incógnita. Para Marx, tratava-se de um claro instrumento do capital. Os sindicalistas modernos, no Brasil e em outros países, descobriram que não precisava ser assim. Eleições podem botar o sindicalismo no poder. Só que, ao invés de movimento sindical, é preciso fazê-lo através de um partido. Estes dois termos, movimento e partido, são muito eloquentes. O movimento se mexe, o movimento faz marchas, o movimento invade, o movimento quebra, o movimento incendeia. O partido, não. O partido, porque é partido, porque é uma fração da realidade política e social, precisa se compor, precisa formar alianças, mesmo que sejam, ou pareçam, espúrias. O partido negocia. E, ao negociar, tem de enfrentar as críticas daqueles que colocam a teoria acima da prática, os princípios acima do pragmatismo.
O grande símbolo dessa discussão é a mesa. Ao longo da história, a mesa representou papéis diferentes. No caso do cristianismo, aparece naquele que foi o evento fundador de uma nova crença: a Santa Ceia. Ali estava Cristo com seus apóstolos, inclusive o traidor Judas; ali introduziu a Eucaristia. Depois, a atitude em relação à mesa variou muito. O capitalismo faz mesas, o capitalismo vende mesas. Os revolucionários confiscam as mesas e declaram-nas propriedade do povo. Os terroristas viram as mesas, quebram as mesas, destroem as mesas. E os sindicalistas sentam à mesa, para nela colocarem suas reivindicações. A mesa em si serve muito bem para negociação: separa pessoas, coloca um obstáculo físico entre interlocutores, mas ao mesmo tempo fornece um território comum. E, se na mesa há uma refeição, como aconteceu no jantar em que Lula negociou o pré-sal com os governadores, é o ideal: o alimento acalma a agressividade.
A mesa. Nunca antes na história deste país, ela foi tão importante. A mesa de Lula que o diga.
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A data de anúncio do acordo do pré-sal não poderia ser mais oportuna: é o fim de agosto, é o fim do desgosto, é a esperança de uma primavera risonha anunciada pela riqueza petrolífera. Oxalá dê certo.