quarta-feira, 29 de julho de 2009

Poema do fim




Eram seis horas da tarde.No sol que morria lento,A praia procurava aconchegoComo quem se esqueceuDe sonhar.Um toco de cigarro ainda arde Abandonado no frio vento.Todo movimento eu nego - Procuro a lua que não nasceu,No mar.Era a noite fresca que se anunciava?Que tristeza larga e sombria Era aquela? Via-se de longeA solidão das ondas e as avesA voar... E a escuridão ali e acolá pousava,O sol, ainda escaldante, morria,Como um cintilante e nobre monge Que carregava, seriamente, as chavesDo lembrar...Mas no firmamento doce e sutil Inda não se via a piedosa dama Com seu sorriso apaixonante- Por quem que ela sorri? -A brilhar.Tudo fora, no final das contas, inútil...Deitei-me n'areia - o chão como cama -E o laranja findou-se, vigilante:Finalmente, eu também morriDe tanto amar...

Nenhum comentário: