
Eram seis horas da tarde.No sol que morria lento,A praia procurava aconchegoComo quem se esqueceuDe sonhar.Um toco de cigarro ainda arde Abandonado no frio vento.Todo movimento eu nego - Procuro a lua que não nasceu,No mar.Era a noite fresca que se anunciava?Que tristeza larga e sombria Era aquela? Via-se de longeA solidão das ondas e as avesA voar... E a escuridão ali e acolá pousava,O sol, ainda escaldante, morria,Como um cintilante e nobre monge Que carregava, seriamente, as chavesDo lembrar...Mas no firmamento doce e sutil Inda não se via a piedosa dama Com seu sorriso apaixonante- Por quem que ela sorri? -A brilhar.Tudo fora, no final das contas, inútil...Deitei-me n'areia - o chão como cama -E o laranja findou-se, vigilante:Finalmente, eu também morriDe tanto amar...
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